Especialistas criticam decisão de Shinzo Abe de fechar escolas em todo o Japão

Especialistas criticam decisão de Shinzo Abe de fechar escolas em todo o Japão.

Especialistas criticam decisão de Shinzo Abe de fechar escolas em todo o Japão

O pedido do primeiro-ministro Shinzô Abe de fechar todas as escolas do país até as férias de primavera, não tem agradado pais e especialistas. De acordo com diferentes médicos, esse plano de contenção do novo coronavírus é “cientificamente infundado”.

O professor da Faculdade de Medicina da Universidade Jikei, Masaki Yoshida, acredita que a decisão tenha sido política e não científica. Yoshida também preside a Sociedade Japonesa de Prevenção e Controle de Infecções.

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Segundo os especialistas, o fechamento de escolas pode ser eficaz na prevenção de novas infecções em locais como Hokkaido, que possuem um elevado número de casos confirmados. No entanto, eles não veem sentido no fechamento de escolas em áreas que não tem casos do vírus.

O chefe do Centro de Pesquisa em Saúde e Segurança da cidade de Kawasaki, Nobuhiko Okabe, que é especialista em doenças infecciosas, afirmou que:

“Fatores, como o número de pessoas infectadas e situações em torno das famílias, são exclusivos para cada região. Os cancelamentos de escolas devem ser decididos regionalmente, não de maneira geral.”.

Desde o anúncio de Abe sobre o fechamento, especialistas têm exigido explicações de base científica para o ato. Segundo Koji Wada, professor de saúde pública da Universidade Internacional de Saúde e Bem-Estar, o fechamento de escolas em todo o Japão:

“[…] tem um impacto social significativo e a iniciativa precisa ser entendida pela sociedade, permitindo a discussão. O governo deve consultar especialistas e apresentar evidência que mostram que a mudança pode ser eficaz “.

O professor de virologia Jiro Yasuda, da Universidade de Nagasaki, também se manifestou e chamou a decisão do governo de problemática, principalmente por não prever à situação de pais que não podem pedir folga do trabalho para cuidar dos filhos.

Os efeitos dessa decisão podem ser os mesmos que ocorreram em Obihiro (Hokkaido). Na cidade, as escolas foram fechadas antes mesmo do anúncio do governo, e enfermeiras de um hospital local não puderam trabalhar, pois precisavam cuidar dos filhos. E, a instalação teve que parar de aceitar pacientes ambulatoriais novos, desde dia 28.

Koji Wada ainda afirma que o surto não vai parar em uma ou duas semanas, pois é um vírus que está se espalhando pelo mundo, e que será difícil encontrar um momento certo para as escolas serem abertas novamente. Wada argumenta que só haverá um impacto significativo na sociedade se as escolas continuarem fechadas por muito tempo.

Além disso, apesar do pedido de interrupção de aulas nas escolas, o mesmo não foi feito em instituições pós-escolares ou creches. O professor emérito Kunimitsu Kakiuchi da Universidade Meisei, e que administra uma pós-escola e creche, disse em um relato ao Mainichi Shimbun:

“As crianças freqüentemente entram em contato físico umas com as outras. Me assusta pensar que uma delas seja infectada.”.

Fonte: https://mainichi.jp/english/articles/20200229/p2a/00m/0na/012000c